Filosofia

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O surgimento da Sociologia

Everaldo Lorensetti


Você é um privilegiado!
eitor: – Como assim, privilegiado?
O livro: – É, privilegiado! Você é um
deles!
Na sociedade, há pessoas privilegiadas.
Um deles, por exemplo, pode
ser aquele que tem o poder de
governar e de conduzir os rumos da
sociedade, o que muitas vezes pode
não ser da maneira mais justa para
todos. Outro exemplo...
Leitor: – Um outro...?
O livro: – Você mesmo é um, caro leitor!
Leitor: – Mas, eu?! Como?
O livro: – Simples! Seu privilégio está no fato do que você vai
adquirir agora: conhecimento! Você poderá avançar
no entendimento de como funciona a sociedade em
que você vive, conhecer como trabalham os demais
privilegiados (a elite social) e aumentar sua autonomia
de reflexão e de ação diante dos fatos que lhe cercam.
Sigamos adiante?
Mas o que é essa AUTONOMIA de que estamos falando?
Vamos lá! Vamos descobrir! Você vai entender o que estamos dizendo,
passo a passo.
Essa autonomia é quanto à sua maneira de pensar e de agir frente a
diversas situações. Muitas pessoas não sabem (e não se preocupam em
saber) como e por que determinadas coisas mexem com suas vidas.
Vamos pensar num exemplo bem simples para você entender: você
já viu uma TV que não “pega” direito? O que pode ser feito para se
resolver o problema do sinal?
Colocar palha-de-aço na antena resolveria?
Essa atitude, de pôr a palha-de-aço na antena, falando de tempos
passados, era algo muito mais comum do que hoje com as antenas parabólicas
e TVs a cabo, o que não significa que ninguém mais o faça.
Mas a palha-de-aço pode até resolver o problema, consideravelmente.
Outras vezes, porém, ela não será suficiente para acabar com o
defeito. Dependendo do sinal que a TV esteja recebendo.
O que seria a palha-de-aço?
Palha-de-aço = uma espécie de Senso Comum.
No caso da TV, um técnico em eletrônica resolveria melhor o problema
do sinal porque ele tem um conhecimento mais apurado daquilo
que opera o funcionamento da televisão. Provavelmente ele iria dar
uma boa gargalhada ao ver o “Bombril” pendurado na ponta da antena,
pois ele sabe que aquilo pode ser apenas um “remendo no rasgo”,
ainda que em alguns casos resolva, entende?
Resumindo: Então, o que seria um Senso Comum?
Poderíamos dizer que é uma resposta ou solução simples para o
cotidiano, geralmente pouco elaborada e sem um conhecimento mais
profundo, diga-se, científico.
O teólogo brasileiro e Doutor em Filosofia, Rubem Alves, em seu livro
Filosofia da Ciência, considera o senso comum como sendo aquilo
que não é ciência. De outra maneira, seria dizer que o Bombril na antena
da TV não é algo científico, mas sim um “eu acho que funciona”
para o dia-a-dia das pessoas.
Mas existe uma lógica em pôr a palha-de-aço na antena. As pessoas
só não sabem qual é. E é por esse motivo, também, que Rubem Alves
diz que a ciência, na verdade, é um refinamento, ou melhoramento,
do senso comum.
O senso comum e a ciência nos dão respostas, ou inventam soluções
práticas para nossos problemas. A diferença é que a ciência é um
conhecimento mais elaborado.
“Eu acho que...” Fique sabendo!
Muitas vezes quando alguém começar
uma resposta com as palavras
“eu acho que...”, tal resposta pode
não chegar no centro real do problema
a ser entendido ou resolvido. O
que não significa, porém, que ela deva
ser rejeitada. Ela só precisa ser refinada.
Por exemplo, se alguém nos perguntasse
o motivo que leva a economia
de um país oscilar, nós poderíamos
dar uma resposta certeira, com
demonstrações, inclusive, mas também
poderíamos dizer apenas: “eu
acho que...”.
A exemplo da economia, existem
muitas outras coisas que acontecem
na sociedade que nos atingem diretamente.
E para todas essas coisas seria
muito bom que tivéssemos curiosidade
para saber se aquilo que é mostrado
é realmente como é, entende?
E a Sociologia? Como vai aparecer
nessa conversa?
Para muitas pessoas, passar debaixo de uma escada traz azar. Isso também pode ser um exemplo de senso comum.

Contribuindo para que possamos entender um pouco mais o lugar onde
vivemos!
Veja, como já falamos, o senso comum não deve ser rejeitado.
O que estamos propondo é que você pode ir além desse conhecimento
comum, neste caso, sobre a sociedade.
Uma outra coisa que deve ser desmitificada é o termo cientista.
Confirmamos o pensamento de Rubem Alves quando diz que um cientista
não é uma pessoa que pensa melhor do que os outros. Rubem Alves
nos fala que a tarefa de refletir e de entender os porquês das coisas
cabe a todos nós, e que a idéia de que não precisamos pensar, porque
existem pessoas “melhores” para isto, é furada.
Avançar um pouco mais em relação a um conhecimento elaborado e investigativo vai lhe trazer um entendimento mais claro sobre como
funciona a sociedade, dentre outras coisas.
Além do fato de que você terá maior autonomia para CONCORDAR
OU DISCORDAR POR SI PRÓPRIO sobre as questões que você
vive na sociedade.
Essa é a independência que queremos que você tenha: A DE REFLEXÃO.

E o que é ser alienado?
Veja: se não tivermos nossa independência de pensamento
e ação, ou seja, se não conseguimos refletir sobre
aquilo que vemos e ouvimos, ou se concordamos com tudo
o que acontece, então podemos estar vivendo de forma
alienada.
Segundo a filósofa brasileira Marilena Chauí, a alienação
acontece quando o homem não se vê como sujeito (criador)
da história e, nela, capaz de produzir obras.
Para o homem alienado, e segundo esta mesma visão, a
história e as obras produzidas nela são fatos estranhos e externos.
E, sendo estranhos, tal homem não os pode controlar, ficando
numa posição de dominado. Já o conhecimento pode nos fazer transformadores
da história, e não apenas espectadores dela.
Mais à frente retomaremos essa discussão sobre a alienação e a existência
de elites e o faremos com mais recursos para a nossa reflexão.

Conhecer e entender
(sobre a Sociologia) é preciso!
A Sociologia não é a redentora ou solucionadora dos males sociais,
ou dos problemas intelectuais das pessoas. Ela surge como uma ciência
que vai fornecer uma nova visão sobre a sociedade, que não é absoluta,
ou a única a demonstrar a “verdade”.
Sua contribuição está no fato de nos dar referenciais para refletirmos
sobre as sociedades.

A ”Gênesis Sociológica”:
É importante...
Nesse início de trabalho, buscaremos conhecer como a Sociologia
surgiu, para depois sabermos como é que ela pode nos ajudar a entender
a sociedade, bem como os problemas levantados pela atividade
acima. Vamos fazer um passeio pela história para encontrarmos suas
bases. Acompanhe:

Como tudo começou!
Apesar da ciência sociológica ser considerada nova, pois ela se consolidou por volta do século XIX, a angústia de se entender as sociedades,
por sua vez, não é tão nova assim. Se olharmos para a Grécia Antiga, vamos ver que lá já havia o desejo de se entender a sociedade. No século V a.C, havia uma corrente filosófica, chamada sofista, que começava a dar mais atenção para os problemas sociais e políticos da época. Porém, não foram os gregos os criadores da Sociologia. Mas foram os gregos que iniciaram o pensamento crítico filosófico. Eles criaram a Filosofia (que significa amor ao conhecimento) e que, por sua vez, foi um impulso para o surgimento daquilo que chamamos, hoje, de ciência, a qual se consolidaria a partir dos séculos XVI e XVII, sendo uma forma de interpretação dos acontecimentos da sociedade mais distanciada das explicações míticas. Foram com os filósofos gregos Platão (427-347 a.C) e Aristóteles (384-322 a.C), que surgiram os primeiros passos dos trabalhos mais reflexivos sobre a sociedade. Platão foi defensor de uma concepção idealista e acreditava que o aspecto material do mundo seria um tipo de fruto imperfeito das idéias universais, as quais existem por si mesmas. Aristóteles já mencionava que o homem era um ser que, necessariamente, nasce para
estar vivendo em conjunto, isto é, em sociedade.
No seu livro chamado Política, no qual consta um estudo dos diferentes sistemas de governo existentes, percebe se o seu interesse em entender a sociedade.

na Idade Média...
Séculos mais tarde, no período chamado de Idade Média (que vai do século V ao XV, mais exatamente entre os anos 476 a 1453 a.C.), houve, segundo os renascentistas (que vamos conhecer mais à frente), um período de “trevas” quanto à maneira de ver o mundo. Segundo eles, havia um prevalecer da fé, onde o campo mítico e religioso tendia a ser a explicação mais viável para o mundo. Na Europa Medieval, esse predomínio foi pela igreja Católica. Tal predomínio da fé, de certo modo, e segundo os humanistas renascentistas, asfixiava as tentativas de explicações mais especulativas e racionais (científicas) sobre a sociedade. Não cumprir uma regra ou lei estabelecida pela sociedade, poderia ser entendido como um pecado, tamanha era a mistura entre a vida cotidiana e a esfera sobrenatural.
É claro que se olharmos a Idade Média somente pela ótica dos renascentistas ela pode ficar com uma “cara meio tenebrosa”. Na verdade, ela também foi um período muito rico para a história da humanidade, importante, inclusive, para a formação da nossa casa, o mundo ocidental. Vale a pena conhecermos um pouco mais sobre essa história. E, na continuidade da história...
Tudo caminhava para o uso da razão O predomínio da fé durou até pelo menos o século XV. Mas já no século XIV começava a acontecer uma renovação cultural. Era o início do período conhecido por Renascimento.
Os renascentistas, com base naquilo que os gregos começaram, isto é, a questionar o mundo de maneira reflexiva (como já contamos anteriormente),
rejeitavam tudo aquilo que seria parte da cultura medieval, presa aos moldes da igreja, no caso, a Católica. O renascimento espalhou-se por muitas partes da Europa e influenciava a arte, a ciência, a literatura e a filosofia, defendendo, sempre, o espírito crítico. Nesse tempo, começaram a aparecer homens que, de forma mais realista, começavam a investigar a sociedade. A exemplo disso temos Nicolau Maquiavel (1469-1527) que, em sua obra intitulada de O Príncipe, faz uma espécie de manual de guerra para Lorenzode Médici. Ali comenta como o governante pode manipular os meios
para a finalidade de conquistar e manter o poder em suas mãos.
Obras como esta davam um novo olhar para a sociedade, o olhar
de que pela razão os homens poderiam dominar a sociedade, longe
das influências divinas.

Era a doutrina do antropocentrismo ganhando força. O homem
passava a ser visto como o centro de tudo, inclusive do poder de inventar
e transformar o mundo pelas suas ações.
Além de Maquiavel, outros autores renascentistas, como Francis Bacon
(1561-1626), filósofo e criador do método científico conhecido por
experimental, ajudavam a dar impulso aos tempos de domínio da ciência
que se iniciavam.
Não perdendo de vista...
Estamos contando tudo isso para que você perceba que nem sempre as pessoas puderam contar com a ciência para entender o mundo, sobretudo o social, que é o queremos compreender. Dessa maneira, muitas pessoas, no passado, ficaram “presas” às explicações que poderiam ser falsas sobre a realidade, como é o caso das explicações míticas.

O Iluminismo

Já no século XVIII, houve um momento, na Europa, chamado de Iluminismo, que começou na Inglaterra e França, mas que posteriormente espalhou-se por todo o continente, em que a idéia de se valorizar a ciência e a racionalidade sobre a vida da sociedade tornou-se ainda mais forte.
Uma característica das idéias do Iluminismo era o combate ao Estado absoluto, ou absolutismo, que começou a surgir na Europa ainda no final da Idade Média, no século XV, em que o rei concentrava todo o poder em suas mãos e governava sendo considerado um representante divino na terra, uma voz de Deus, a qual até a igreja, não raramente, se sujeitava.
Com a ciência ganhando força, era, digamos, inviável o fato de voltar
a pensar a vida e a organização social por vias que não fossem científicas.
Como por exemplo, imaginar os governantes como sendo representantes
sobrenaturais. Nesse período, a continuada consolidação da reflexão sistemática sobre a sociedade foi ajudada por autores como Voltaire (1694-1778), filósofo que defendia a razão e combatia o fanatismo religioso; Jean- Jacques Rousseau (1712-1778), que estudou sobre as causas das desigualdades sociais e defendia a democracia; Montesquieu (1689-1755),
que criticava o absolutismo, e defendia a criação de poderes separados
(legislativo, judiciários e executivo), os quais dariam maior equilíbrio
ao Estado, uma vez que não haveria centralidade de poder na mão do governante.
Portanto, com a contribuição Iluminista...
A partir das teorias sobre a sociedade que no período Iluminista surgiram, é que começa a ser impulsionada, ou preparada, a idéia da existência de uma ciência que pudesse ajudar a interpretar os movimentos da própria sociedade.

CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL!
Estamos mudando de assunto?
Mudando em parte, porém não estamos deixando de falar do surgimento
da Sociologia. Há outros elementos que a motivaram surgir.
As transformações na sociedade européia não estavam ocorrendo somente no campo das idéias, como era o caso da consolidação da ciência como ferramenta de interpretação do mundo, que vimos até aqui.
A também consolidação do sistema capitalista, culminada pela Revolução
Industrial que ocorreu em meados do século XVIII, na Inglaterra, gerava grandes alterações no estilo de vida das pessoas, sobretudo nas das que viviam no campo ou do artesanato. Estes temas despertavam o interesse de críticos da época.
Dessa maneira, quando a Sociologia iniciou os seus trabalhos, ela o fez com base em pensadores que viram os problemas sociais ocasionados a partir da crise gerada pelos fatos acima mencionados.
Acompanhe:
Recorrendo à História para entendermos...
Podemos dizer que o início do sistema capitalista se deu na chamada Baixa Idade Média, entre os séculos IX e XV, na Europa Ocidental.
A partir do século XI, com as “cruzadas” realizadas pela Igreja Católica,
para conquistar Jerusalém que estava dominada pelos muçulmanos, um canal de circulação de riquezas na Europa foi aberto. O contato cultural e o comércio do ocidente com o oriente europeu foram retomados via Mar Mediterrâneo. Com a movimentação de pessoas e riquezas houve, na Europa Ocidental, o surgimento de núcleos urbanos, conhecidos por burgos. Destes, ressurgiram as cidades, pois existiam poucas naquele tempo. As chamadas corporações de ofício, que eram uma espécie de associação que organizava as atividades artesanais para ter acordo entre os preços de venda e qualidade do produto, por exemplo, começaram a aparecer a fim de regular o trabalho dos artesões que vinham para as cidades exercer sua profissão. Aqui vemos que a idéia do lucro se fortalecia.

Mais tarde, os europeus...
...começaram a explorar o comércio em termos mundiais, principalmente
depois dos séculos XV e XVI e das chamadas Grandes Navegações. Por exemplo, com o descobrimento da América, muita riqueza daqui era levada à Europa para a criação de mercadorias que seriam vendidas nesse mercado mundial que estava surgindo. A idéia de uma produção em série de mercadorias começava a surgir.
As antigas corporações de ofícios foram transformadas pelos comerciantes
da época em manufatura. O trabalho manufatureiro acontecia com vários artesãos, em locais separados e dirigidos por um comerciante que dava a eles a matéria-prima e as ferramentas. No final do trabalho encomendado, os artesões recebiam um pagamento acertado com o comerciante.
Mais à frente ainda, os comerciantes (futuros empresários capitalistas)
pensaram que seria melhor reunir todos esses artesãos num só lugar, pois assim poderiam ver o que eles estavam produzindo. Além de cuidar da qualidade do produto, o controle sobre a matéria-prima e ritmo da produção poderia ser maior. Foi então que surgiu a idéia da fábrica...
Um lugar com uma produção mais organizada, com a divisão de funções, onde o artesão passava a operar apenas parte da produção. Desse ponto, para a implantação das máquinas movidas a vapor, restava
somente o tempo da invenção das mesmas. Quando o inventor escocês James Watt (1736-1819) conseguiu patentear a máquina a vapor, em abril de 1784, ela veio dar grande impulso à industrialização que se instalava, aumentando a produção, diminuindo os gastos com mão-de-obra e aumentando o acúmulo de capital.

Veja o quadro que se montava...
O sistema feudal da Europa Ocidental, estava sendo superado. Ele não conseguiria suprir as necessidades dos novos mercados que se abriam. O sistema capitalista, com base na propriedade privada e no lucro, isto é, na acumulação de capital, estava sendo consolidado.
A partir da Revolução Industrial (século XVIII), as cidades da Europa
Ocidental começavam a se transformar em grandes centros urbanos comerciais e, posteriormente, industriais. Muitas delas “inchadas” por desempregados. O estilo de vida das pessoas estava se transformando – para alguns de forma violenta e radical – como era o caso de muitos camponeses que eram expulsos pelos senhores das terras que as cercavam para criar ovelhas e fornecer lã às fábricas de tecidos.
Já no caso dos artesãos, esses “perdiam” sua qualificação profissional e o controle sobre o que produziam, ou seja, de profissionais, passavam a “não ter profissão”, pois a indústria era quem ditava que tipo de profissional precisava ser. Não importava se fossem grandes artesãos, só precisariam aprender a operar a máquina da fábrica. Se fosse Hoje, usaríamos o termo aprender a “apertar botões”. Dessa maneira, como não tinham capital para ter uma produção autônoma e competir com a fábrica, submetiam-se ao trabalho assalariado.

Sistema feudal:
Sistema social que existiu durante a Idade Média. Com o
desaparecimento das cidades, o comércio também desaparecia.
As bases econômicas se centraram no campo, nos feudos. Os feudos eram
grandes áreas de terras pertencentes a um senhor. Dentro deles havia as colônias de servos que lavravam a terra. Parte da produção era destinada
ao senhor da terra, e parte era para os servos.

Novas e grandes invenções estavam sendo realizadas no campo tecnológico, como as próprias máquinas a vapor das indústrias. O comércio mundial estava aumentando cada vez mais. O mundo estava “encolhendo”, em termos de fronteiras comerciais e ficando “europeizado”. E em meio a isto, duas classes distintas emergiam: a composta pelos empresários e banqueiros, chamada de classe burguesa, e a classe assalariada, ou proletária.
A classe burguesa é aquela que ao longo do tempo veio acumulando
capital com o comércio e reteve os meios de produção em suas mãos, isto é, as ferramentas, os equipamentos fabris, o espaço da fábrica, etc., bem como o poder político. Já a classe proletária, sem capital e expropriada dos meios de produção, tornava-se fornecedora de mão-de-obra aos donos das fábricas.
Agora perceba comigo:
É em meio a todas essas transformações que ocorriam na Europa Ocidental, isto é, pela consolidação do sistema capitalista, a valorização da ciência contrapondo as explicações míticas sobre o mundo, a abertura de mercados mundiais, o surgimento de novas classes na sociedade e a crise da classe proletária versus enriquecimento da classe burguesa, é que a Sociologia começa a ser pensada como sendo uma ciência para dar respostas mais elaboradas sobre o caos social. A Sociologia e suas teorias, as quais vamos ver a seguir, se constituem ferramentas de reflexão sobre a sociedade industrial e científica que surgia. Vamos ver como elas refletem para entendermos os problemas sociais e ajudar a encontrar soluções para os mesmos.

Burguesia:
As pessoas que moravam
nos núcleos urbanos (burgos),
eram identificadas como
sendo os burgueses. Mas
com o passar dos tempos,
essa denominação ficou apenas
para os que haviam enriquecido
com o comércio, sobretudo
os comerciantes e
banqueiros

Referências:
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência. São Paulo: Ars Poética, 1996.
AZEVED , Fernando de. Princípios de Sociologia: pequena introdução ao estudo
da sociologia geral. 11ª ed. – São Paulo: Duas Cidades, 1973.
CASTRO, Ana Maria de, DIAS, Edmundo Fernandes. Contexto histórico do
aparecimento da sociologia. In.: Introdução ao pensamento sociológico. São
Paulo: Centauro, 2001.
CHAUI, Marilena de Souza. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1980.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1994.
MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. O manifesto do partido comunista. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1998.

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