Filosofia

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domingo, 10 de maio de 2009

introdução ao olhar de estranhamento.
Tinha a intenção de despertá-los para a possibilidade de pensarem para além do senso comum, de relativizarem sua visão em relação aos acontecimentos do dia a dia e da sociedade em geral. Agora podemos trabalhar isso, mais profundamente, na Sociologia.


Iniciamos esse trabalho discute sobre como nossa visão da realidade está marcada por julgamentos, prenoções, sentimentos, preconceitos, que são influenciados pelas mediações das mídias, das escolas, das famílias, das religiões, dos partidos políticos, etc.


Imagem disponível em:rodrigoapbb86.blogspot.com/2008/11/aparncia.html

Para desenvolvermos a capacidade de pensar de forma crítica e autônoma precisamos nos afastar de muitas dessas mediações, temporariamente, colocá-las "entre parenteses", para observarmos a realidade e podermos analisá-la, comparar com o que pensávamos antes e chegarmos a novas conclusões. Dessa maneira formamos novos valores ou mantemos os que consideramos que são importantes para nossas vidas. Vamos assim consolidando um conjunto de valores que vão formar a nossa ética, que é a base para nossas tomadas de decisões.


Imagem disponível em: mecnoiteuboe.blogspot.com
Esclarecendo um pouco sobre o que são mediações
A maneira como as famílias, as escolas, as religiões, os meios de comunicação e tantos outros grupos e instituições reagem diante dos acontecimentos, aceitando ou rejeitando, julgando de forma imediatista e superficial ou julgando a partir de uma análise mais profunda, aproximando-se ou afastando-se de pessoas ou situações, é o que chamamos de mediações. Ou seja, muito do que apreendemos do mundo é influenciado pelo olhar de outros(as) que têm suas posições bem definidas em cada assunto, em cada momento.
Por exemplo: se alguns pais ou mães são racistas há muitas chances de vários(as) filhos(as) cristalizarem essa forma de pensamento; se algumas religiões são contra a violência, muitos(as) de seus(suas) fiéis serão influenciados por elas; se nas escolas for cobrado dos(as) alunos(as) que se encaixem em padrões estabelecidos, muitos(as) se encaixarão.
Porém, há momentos em que os(as) filhos(as), fiéis, alunos(as) demonstram uma desconfiança saudável, curiosidade e audácia que podem levar a questionamentos. Novos modelos de mediação serão procurados, a coerência dos antigos e dos novos serão testadas. Experiências criativas serão vividas. Isso assusta muito quem nunca passou por questionamentos e essas atitudes podem gerar conflitos: de geração, de classe, de costumes, etc. Entendo que são raros os casos em que um bom conjunto de valores, com um forte exercício de coerência, são preteridos.
Mediações nas mídias
Certa vez um especialista em mídia me explicou que as conclusões e os sentimentos que temos, a grosso modo e sem maiores reflexões, quando acabamos de ver um programa de televisão são os que os produtores do programa pretendiam que tivéssemos. Demonstram as mediações que foram escolhidas para nos passar uma mensagem.
Assistam no YouTube à propagandas mais antigas e outras mais atuais. Percebam a forma direta como essas dos anos 50 e 60, são mais diretas e menos elaboradas: http://www.youtube.com/watch?v=nt1zwAzuXzM , comparem os avanços nessa propaganda mais atual, que diz que não precisamos de propaganda: http://www.youtube.com/watch?v=9xbUWHNzN2U , ou nessa que é uma enxurrada de mensagens de quanto poder você adquire para você e para o bem da sua cidade ao tomar um refrigerante http://www.youtube.com/watch?v=sKJxirrtBR0.
Às vezes algum programa bem elaborado -uma reportagem, um documentário, uma novela, etc-, daqueles que mostram várias posições sobre um mesmo assunto, abordam temas polêmicos como: os conflitos de terras entre indígenas e agricultores; ou, o que fazer com crianças que se drogam nas ruas das metrópoles; ou, como os desempregados são tratados pela sociedade, etc.
Há sempre interesses em jogo nesses temas e, para ganhar a opinião pública para suas posições, os grupos que controlam as mídias nos colocam essas discussãos de maneira a influenciar nossa opinião e nossos sentimentos. Para isso profissionais são formados, contratados e desenvolvem sistemas sofisticados de convencimento: utilizam imagens, tempo de exposição a uma situação, músicas, sons, côres, palavras, etc, que nos marcam mais ou menos, nos causam repulsa ou empatia.

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